sábado, 27 de fevereiro de 2010

110 - Como era a vida em um castelo medieval?


Apesar de toda a imponência dessas construções, o cotidiano não era muito agradável, não. "Além de não contar com conveniências como água corrente ou aquecimento central, o dia-a-dia dos moradores era barulhento e desconfortável", diz a historiadora britânica Lise Hull, autora do livro Scotland and the Castles of Glamorgan ("A Escócia e os Castelos de Glamorgan"). Os primeiros castelos surgiram na Europa Ocidental ainda no século 9, construídos com terra, madeira e camadas de pedras para reforçar a estrutura contra ataques. O modelo mais conhecido, o das fortificações protegidas por muralhas e cercadas por fossos alagados, apareceu na França, no século 10. A arquitetura dos castelos era única: não havia dois iguais, mas a maioria deles partilhava características comuns, como a existência de um salão, de aposentos exclusivos para o senhor do castelo, de uma capela e de uma torre para os guardas.

Para a maioria dos moradores, um dia típico começava ao nascer do Sol. Algumas camareiras dormiam no chão do quarto do senhor e de sua dama, cuja privacidade era garantida apenas por uma armação de tecidos em volta da cama. Depois de se vestirem, o senhor e sua família iam ao salão para tomar um café da manhã regado a pão e queijo, e logo seguiam para a missa diária na capela. O almoço, servido entre as 10 da manhã e o meio-dia, incluía três ou quatro pratos principais e podia ser acompanhado por apresentações de malabaristas. Durante o dia, enquanto o senhor cuidava da administração, da justiça e da coleta de impostos do feudo, sua esposa tratava da educação dos filhos e supervisionava camareiras e cozinheiras. À noite, apenas uma leve refeição - em geral, uma sopa. Alimentados, os senhores voltavam ao quarto, enquanto os servos se espalhavam pelo chão do salão ou em câmaras no interior da torre.



Bagunça feudal
 
Fortificações de pedra eram escuras, barulhentas e tinham pouca higiene



 
1. ALMOÇO ANIMADO

 Geralmente situado no andar superior, o salão era um ambiente escuro, enfumaçado e úmido, com pequenas janelas sem vidro. Durante o dia, o local virava sala de refeições, ocasionalmente acompanhadas por espetáculos de artistas ou trovadores a que os servos também podiam assistir. À noite, o lugar se transformava em dormitório dos criados.

2. COZINHA RÚSTICA

 A cozinha era afastada dos cômodos principais para evitar incêndios. No forno central de fogo aberto, a comida era cozida em caldeirões e as carnes assadas em espetos de ferro. Do lado de fora, ficavam gaiolas com aves e outros animais para o abate. O cardápio do senhores era farto em pão de boa qualidade, carne e bebidas alcoólicas, especialmente vinho e cerveja.

3. ESTOQUE CHEIO

 Em alguns castelos, um cômodo construído no andar térreo servia de armazém de provisões, como trigo (usado para fazer pão) e malte (cerveja). O estoque de alimentos incluía ainda carnes conservadas por salgamento, queijos e sacas de vagens, feijões, favas e grãos moídos, como farinha.

4. REZA DIÁRIA

 Localizada perto do salão principal, a capela podia ser dividida em dois andares: no piso superior ficava a família do senhor do castelo, enquanto os servos rezavam na parte de baixo. Às vezes, capelas menores eram construídas num subterrâneo do castelo. As missas aconteciam todas as manhãs.


5. SONO REALO principal móvel do quarto do senhor e sua dama era uma grande cama de madeira, com um trançado de tiras de couro que sustentava o colchão de penas. As roupas eram guardadas em arcas ou penduradas em pinos na parede. No início do dia, o quarto era varrido pelas camareiras, enquanto os senhores lavavam o rosto em bacias com água

6. LÍQUIDO PRECIOSO

 Era indispensável que o castelo ficasse perto de uma fonte subterrânea de água para garantir o abastecimento de toda a construção. Além do poço central, localizado no interior das muralhas, reservatórios recolhiam a água da chuva que caía no teto do castelo. Depois, o líquido seguia para os andares inferiores por encanamentos de chumbo.


7. PRIVILÉGIO NOJENTOComo os dois únicos banhos anuais aconteciam em tinas portáteis levadas para o quarto do senhor, o banheiro tinha só uma privada, exclusiva dos nobres - os outros precisavam se aliviar fora das muralhas ou em penicos. Mas o "troninho" não era nada higiênico: os dejetos seguiam em uma canaleta de pedra até a parede do castelo, de onde a sujeira escorria até um fosso.

8. VISÃO SEGURA

A maioria das fortificações contava com uma torre, feita inicialmente de madeira e mais tarde de pedra, com vários andares e formato retangular. O local, que servia como posto para os sentinelas que vigiavam as vizinhanças, era também usado como alojamento para servos e soldados, além de ser o último refúgio no caso de o castelo ser invadido

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

108 - Motivação

107 - Música e ditadura "Debaixo dos caracóis de seus cabelos"

As visitas de muitos amigos brasileiros, como Jorge Mautner, Júlio Bressane e Hélio Oiticica, ajudaram Caetano Veloso a suportar as agruras de seu exílio londrino. Nenhuma delas, porém, o emocionou mais do que a de Roberto Carlos e sua mulher Nice.

Confessa o compositor (no livro Verdade tropical) que chegou a chorar copiosamente ao ouvir Roberto cantar na ocasião, acompanhando-se ao violão, “As Curvas da Estrada de Santos”, canção que acabara de gravar: “Eu chorava tanto e tão sem vergonha que, não tendo lenço nem disposição de me afastar dali, assoei o nariz e enxuguei os olhos na barra do vestido preto de Nice.”
Impressionado com a emoção do amigo, Roberto o homenagearia em seu disco seguinte com a composição “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos”: “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos / uma história pra contar / de um mundo tão distante / debaixo dos caracóis dos seus cabelos / um soluço e a vontade / de ficar mais um instante...”
A canção teve grande sucesso, inspirando ao mesmo tempo, conforme foi dito, a homenagem-resposta “Como Dois e Dois”. Detalhe: à época da visita de Roberto, Caetano já havia recuperado quase que totalmente a vasta cabeleira encaracolada que cultivara por mais de dois anos e que fôra tosada pelos militares na prisão em Deodoro (A Canção no Tempo - Vol. 2 - Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello - Editora 34).



106 - Música e ditadura "Cálice"


Um exemplo é Chico Buarque de Holanda. Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você ( que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Médici) e Cálice censuradas pela censura brasileira ( o cálice representa o "cale-se", justamente a falta de liberdade de expressão).


Uma das canções que criticam a ditadura é uma carta em forma de música é a Meu caro amigo, feita quando estava exilado na Itália.



Cálice


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue


Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta


De que me vale ser filho da santa
Melhor ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta


(refrão)


Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado


Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa


(refrão)


De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta


Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade


(refrão)


Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar meu próprio pecado
Quero morrer no próprio veneno


Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar a fumaça do óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

105 - Censura no Brasil


Censura no Período Colonial

A coroa portuguesa possuía uma listagem de obras que não poderiam circular em seus territórios, incluindo todas as suas colônias. Foram proibidas de circular principalmente obras de teor iluminista ou que criticassem a Igreja Católica e a monarquia absolutista instituída em Portugal. Essa proibição não estava vinculada com a Inquisição, mesmo porque, a fé não era a principal preocupação da coroa naquele momento.

De certa forma, a Inquisição possuiu certo caráter censurador, uma vez que ela investigava, punia e, em alguns casos, matava pessoas que fugissem do pensamento católico, seja por seus atos, seja por suas crenças. Destaca-se que a censura não era um órgão que utilizava métodos investigativos muito apurados para realizar seu trabalho. Bastaria que uma pessoa fizesse uma acusação sem maiores provas que o acusado seria submetido a torturas.
Antes da Inquisição, durante e um pouco depois, os padres catequizadores, cuja grande maioria eram jesuítas, proibiam que os indígenas brasileiros mantivessem vários de seus hábitos, tais como, a antropofagia em algumas tribos, suas festividades religiosas e seus idiomas locais. Foram estabelecidas pelos catequizadores as línguas gerais (tais como o Nheengatu), idiomas por eles criados com base nas línguas de diversas tribos de uma região que deveriam ser faladas por todos os indígenas, a fim de facilitar a comunicação comercial entre os diversos grupos e entre os europeus.
Os escravos também encontravam problemas em relação às suas culturas originais. No entanto, o surgimento dos quilombos (dos quais indígenas e brancos pobres também se beneficiavam) e a criação do candomblé representavam pontos em que poderiam se manifestar. Também era permitido que, em dias de folga, realizassem algumas comemorações, como a "coroação" de reis e rainhas em festitivades periódicas.


Censura no período monárquico e início do século XX
 
Apesar do período monárquico brasileiro ser caracterizado por um regime liberal, as características específicas do mesmo fazem com que o período tenha certas particularidades. Os movimentos de rebelião facilmente repreendidos pelo Estado eram aqueles que defendiam a abolição da escravidão e o poder laico.

Também sofriam certa perseguição todos aqueles que queriam a reunificação das coroas brasileiras e portuguesas, e todas as rebeliões que tentassem tornar determinada região como um país autônomo, sendo que, neste último caso, a Guerra dos Farrapos constitui o exemplo mais notório. Não ocorreram significativas mudanças de resistência cultural entre os indígenas e os escravos no período.
No início do século XX, um dos exemplos de censura mais conhecidos é o do Barão de Itararé. Em 1932, após mais de cinco anos de implacáveis sátiras à sociedade e à política em geral, Apparício é seqüestrado e espancado por policiais da marinha, nunca identificados. Todavia, o episódio não o fez abandonar seu ofício. Mantendo o espírito satírico, afixou o seguinte aviso na porta de seu escritório: entre sem bater.Censura durante o regime militar
 
 

Mas durante o regime militar iniciado em 1964, todas as formas de perseguição são intensificadas, além de outras serem elaboradas.

Após a promulgação do AI-5, todo e qualquer veículo de comunicação deveria ter a sua pauta previamente aprovada e sujeita a inspeção local por agentes autorizados. [1] Obviamente, muitos materiais foram censurados. As equipes envolvidas, impossibilitadas de publicar maiores esclarecimentos, tomavam medidas diversas. Algumas publicações impressas simplesmente deixavam trechos inteiros em branco. Outros, publicavam receitas culinárias estranhas, que nunca resultavam no alimento proposto por elas. Além de protestar contra a falta de liberdade de imprensa, tentava-se fazer com que a população brasileira passasse a desconfiar das torturas e mortes por motivos políticos, desconhecidas pela maioria. A violência do Estado era notada nos confrontos policiais e em conhecidos que desapareciam, mas, não era possível a muitos imaginar as proporções reais de tudo isso. Aparentemente, o silêncio imposto em relação às torturas era para que menos pessoas se revoltassem e a situação se tornasse, então, incontrolável.
Além de censurar as torturas, muitas outras coisas também não poderiam ser veiculadas. Em 15 de setembro de 1972, o seguinte telegrama exemplificador foi recebido pelo diretor da surcusal de Brasília do jornal O Estado de São Paulo
De ordem do senhor ministro da Justiça fica expressamente proibida a publicação de: notícias, comentários, entrevistas ou critérios de qualquer natureza, abertura política ou democratização ou assuntos correlatos, anistia a cassados ou revisão parcial de seus processos, críticas ou comentários ou editoriais desfavoráveis sobre a situação econômico-financeira, ou problema sucessório e suas implicações. As ordens acima transmitidas atingem quaisquer pessoas, inclusive as que já foram ministros de Estado ou ocuparam altas posições ou funções em quaisquer atividades públicas. Fica igualmente proibida pelo senhor ministro da Justiça a entrevista de Roberto Campos.
Dessa forma, a imagem de uma estabilidade política e de uma nação que prosperava era mantida.
Além da resistência ora camuflada, ora explícita da imprensa, artistas vinculados à produção musical encontraram como forma de protesto e denúncia compor obras que possuíssem duplo sentido, tentando alertar aos mais atentos, e tentando despistar a atenção dos militares, que geralmente descobriam que a música se tratava de uma crítica a eles apenas após a aprovação e sucesso entre o público das mesmas. Um dos exemplos mais marcantes do jogo lingüístico e musical presentes do período é a música Cálice, composta por Chico Buarque. Além do título da composição ter som idêntico à expressão Cale-se, seus versos poderiam ser confundidos com uma divagação religiosa, tal como no trecho transcrito a seguir.


Pai, afasta de mim esse cálice


De vinho tinto de sangue


Como beber dessa bebida amarga


Tragar a dor, engolir a labuta


Mesmo calada a boca, resta o peito


Silêncio na cidade não se escuta
 
 
 
Alguns artistas censurados durante a ditadura militar (1964-1985)



  • Caetano Veloso
  • Chico Buarque
  • Elis Regina
  • Geraldo Vandré
  • Gilberto Gil
  • Milton Nascimento
  • Raul Seixas
  • Taiguara
  • Toquinho
  • Dom & Ravel
  • Odair José
  • Torquato Neto
  • Zé Keti
Canções-protesto



Alguns artistas usavam a própria música para protestar contra a censura. Algumas destas músicas ganharam um caráter histórico dentro do movimento da MPB. Por outro lado, algumas canções eram censuradas apenas por não condizer com os valores morais da época, como é o caso de "Como Eu Quero" de Paula Toller e Leoni, cuja personagem principal exige de seu namorado que "tire essa bermuda". Também é famoso o caso de censura à canção "Tortura de Amor" de Waldick Soriano, lançada no auge da repressão. Outro caso conhecido de censura por razões não políticas foi a imposta a Adoniran Barbosa, que compunha de acordo com o dialeto caipira, obrigado a corrigir as letras de suas canções de acordo com a Gramática, caso quisesse gravá-las. Adoniran preferiu esperar pelo fim da censura prévia para voltar a gravar.

  • "Apesar de Você" – Chico Buarque
  • "Pra Não Dizer que Não Falei das Flores" – Geraldo Vandré
  • "Cálice" – Chico Buarque e Gilberto Gil
  • "É Proibido Proibir" – Caetano Veloso
  • "Acorda, Amor" – Leonel Paiva e Julinho da Adelaide (Chico Buarque)
  • "Que as Crianças Cantem Livres" – Taigua
  • "Animais Irracionais" – Dom e Ravel
  • "Sociedade Alternativa" Raul Seixas
  • "Opinião" Zé Keti

104 - Colonização inglesa na América do Norte


Antes da Independência, os EUA era formado por treze colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos.

Colonização dos Estados Unidos



Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas:

Colônias do Norte : região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objetivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características : mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno.

Colônias do Sul : colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão-de-obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.

Guerra dos Sete Anos



Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que habitavam, principalmente, as colônias do norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Inglaterra.
 Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.

Impostos


A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei do Selo ( todo produto que circulava na colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas).
Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colônias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá de Boston ( The Boston Tea Party ). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingleses cercando a cidade.

Primeiro Congresso da Filadélfia

Os colonos do norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia.
Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia, influenciando diretamente no processo de independência.

Segundo Congresso da Filadélfia



Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.

Constituição dos Estados Unidos


Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão.











 
 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

103 - Múmias pelo mundo

Múmias egípcias

                                                                        Múmia Inca

Múmia Húngara


Múmias de freiras encontradas no mosteiro de Frei Galvão, em São Paulo. 

Múmia preservada aponta origem de população em região chinesa

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

102 - Constituição

Constituição é o conjunto de leis, normas e regras de um país ou de uma instituição. A Constituição regula e organiza o funcionamento do Estado. É a lei máxima que limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos. Nenhuma outra lei no país pode entrar em conflito com a Constituição.

Nos países democráticos, a Constituição é elaborada por uma Assembléia Constituinte (pertencente ao poder legislativo), eleita pelo povo. A Constituição pode receber emendas e reformas, porém elas possuem também as cláusulas pétreas (conteúdos que não podem ser abolidos).
A Constituição brasileira, que está em vigência, foi promulgada pela Assembléia Constituinte no ano de 1988.


Capa da Constituição braileira de 1988

domingo, 21 de fevereiro de 2010

101 - O guarda-chuva

Os mais antigos que se conhecem foram da Mesopotâmia, há 3400 anos.
Na mesopotâmia, região do atual Iraque, há 3400 anos já existiam artefatos destinados a proteger a cabeça dos reis - contra o sol, não contra a chuva, uma raridade naquele lugar. Assim como os abanos, eram feitos de folhas de palmeiras, plumas e papiro.. No Egito, adquiriram significado religioso e na Grécia e em Roma eram tidos como artigo exclusivamente feminino. Só no século XVIII a obstinação do comerciante inglês Jonas Hanway, um apaixonado por guarda-chuvas (versão inglesa do guarda-sol tropical), conseguiria torná-los dignos também de um gentleman. Embora ridicularizado em vida, após a sua morte, em 1786, os ingleses aceitaram sair à rua munido do acessório nos sempre freqüentes dias de chuvas do país.

100 - Imagens do passado








sábado, 20 de fevereiro de 2010

99 - Tutancâmon



Tutancâmon (também conhecido pela grafia Tutankhamon) foi um faraó do Antigo Egito que faleceu ainda na adolescência.



Era provavelmente filho e genro de Akhenaton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária de seu pai. Casou-se aos 10 anos com Ankhsenpaaton, sua meio-irmã que, mais tarde, trocaria o seu nome para Ankhsenamon, sendo assim, genro de Nefertiti, mãe de Ankhsenpaaton. Assumiu o trono quando tinha cerca de doze anos, restaurando os antigos cultos aos deuses e os privilégios do clero (principalmente o do deus Amon de Tebas). Morreu em 1324 a.C., aos dezenove anos, sem herdeiros - com apenas nove anos de trono - "o que levou especialistas a especularem sobre a hipótese de doenças hereditárias na família real da XVIII dinastia", na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.


Devido ao fato de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão suntuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egipto de 3400 anos atrás.



Tutancâmon ascendeu ao trono aos nove anos de idade, sucendendo no cargo a Semenkhkhare, rei sobre o qual se sabe muito pouco (segundo o egiptólogo Nicholas Reeves, Semenkhkhare seria Nefertiti com outro nome), mas, Semenkhkhare era o título dado á co-regentes dos faraós, esse citado era na realidade um nobre, chamado Panhese, da alta estirpe de Amarna que se casou com MeritAton, filha mais velha de Akhenaton, que o sucedeu após sua morte - ambos teriam sido assassinados em Amarna juntamente com quase todos seus moradores, pois "Ay" vizir na época, queria o trono para sí e sem herdeiros seria mais fácil. Por milagre, Tuthankamon e sua irmã Ankhesenamon,conseguiram sobreviver á matança e foram levados a Tebas para serem casados e coroados, ele com 9 anos e ela com 11 anos de idade.



Devido à jovem idade do rei, os verdadeiros governantes durante este período foram Ay e Horemheb, dois altos funcionários do tempo de Akhenaton, que mais tarde seriam eles próprios faraós. Ay era, provavelmente amante de Tié e pai de Nefertiti. Durante o tempo de Akhenaton era o intendente dos cargos reais, tornando-se vizir, uma posição de grande prestígio que manteve durante o reinado de Tutancâmon.


No quarto ano do seu reinado o jovem rei mudou o seu nome de Tutankhaton para Tutancâmon ("imagem viva de Amon"). A sua esposa fez o mesmo, passando de Ankhesenpaaton para Ankhesenamon ("ela vive para Amon"). Esta mudança dos nomes está relacionada com a rejeição das doutrinas religiosas de Akhenaton e com a restauração dos deuses antigos. Durante a fase final do reinado de Tutancâmon a repressão sobre o culto aos outros deuses tinha se acentuado, tendo o rei mandado destruir todos os nomes de outros deuses que se achassem em inscrições, com excepção de Aton.


A situação do Egipto parecia ser catastrófica nesta época, a acreditar no texto gravado numa estela, a chamada "Estela da Restauração", que foi encontrada no terceiro pilote do templo de Amon em Karnak. Nele se afirma que os templos dos deuses estavam em pleno estado de decadência e estes, irados, tinham lançado a confusão no país. Até as expedições militares no Próximo Oriente pareciam não alcançar sucesso devido à indiferença perante os templos e os deuses.


Assim, e ainda segundo a estela, o rei terá mandado fazer novas estátuas de deuses, restaurar os seus templos, bem como os cultos diários que ali eram conduzidos pelos sacerdotes.


A descoberta do túmulo de Tutancâmon




 Inicialmente o túmulo de Tutancâmon estava destinado a situar-se em Amarna, sendo hoje identificado como o túmulo número 29. Quando se mudou para Tebas foi ordenada a construção de um túmulo na parte oeste do Vale dos Reis. Contudo, como já foi referido, este túmulo não estava concluído quando ocorreu a morte do rei e Tutancâmon foi sepultado num túmulo privado adaptado para si, situado na parte leste do Vale dos Reis .




Em novembro de 1922 foi descoberto o túmulo de Tutancâmon , resultado dos esforços de Howard Carter e do seu mecenas, o aristocrata Lord Carnarvon. O túmulo encontrava-se inviolado em ligaduras, com excepção da antecâmara onde os ladrões penetraram por duas vezes, talvez pouco tempo depois do funeral do rei, mas por razões pouco claras ficaram-se por ali.


A câmara funerária foi aberta de forma oficial no dia 16 de Fevereiro de 1923. Estava preenchida por quatro capelas em madeira dourada encaixadas umas nas outras, que protegiam um sarcófago em quartzito de forma rectangular, seguindo a tradição da forma dos sarcófagos da XVIII dinastia. Em cada um dos cantos do sarcófago estão representadas as deusas Ísis, Néftis, Neit e Selket. Dentro do sarcófago encontravam-se três caixões antropomórficos, encontrando-se a múmia no último destes caixões; sobre a face a múmia tinha a famosa máscara funerária. Decorados com os símbolos da realeza (a cobra e o abutre, símbolos do Alto e do Baixo Egipto, a barba postiça retangular e ceptros reais), o peso dos três caixões totalizava 1375 quilos, sendo o terceiro caixão feito de ouro. Na câmara funerária foram colocadas também três ânforas, estudadas em 2004 e 2005 por arqueólogos espanhóis coordenados por Rosa Lamuela-Raventós. Os estudos revelaram que a ânfora junto à cabeça continha vinho tinto, a colocada do lado direito do corpo continha shedeh (variedade de vinho tinto mais doce) e a terceira, junto aos pés, continha vinho branco. Esta pesquisa revelou-se importante pois mostrou que os egípcios fabricavam vinho branco, mil e quinhentos anos antes do que se pensava.




Na câmara do tesouro estava um estátua de Anúbis, várias jóias, roupas e uma capela, de novo em madeira dourada, onde foram colocados os vasos canópicos do rei. Neste local foram achadas duas pequenas múmias correspondentes a dois fetos do sexo feminino, que se julgam serem as filhas do rei, nascidas de forma prematura.

 Embora os objetos encontrados no túmulo não tenham lançado luz sobre a enigmática vida de Tutancâmon, revelaram-se bastante importantes para um melhor entendimento das práticas funerárias e da Arte do Antigo Egipto arte egípcia.




Em torno da abertura do túmulo e de acontecimentos posteriores gerou-se uma lenda relacionada com uma suposta "maldição" ou "praga da morte", lançada por Tutancâmon contra aqueles que perturbaram o seu descanso eterno. O mecenas de Carter, Lord Carnarvon, faleceu a 5 de Abril de 1923, não tendo por isso tido a possibilidade de ver a múmia e o sarcófago de Tutancâmon. No momento da sua morte ocorreu na capital egípcia uma falha elétrica sem explicação e a cadela do lorde teria uivado e caído morta no mesmo momento na Inglaterra. Nos meses seguintes morreriam um meio-irmão do lorde, a sua enfermeira, o médico que fizera as radiografias e outros visitantes do túmulo. Para além disso, no dia em que o túmulo foi aberto de forma oficial o canário de Carter foi engolido por uma serpente, animal que se acreditava proteger os faraós dos seus inimigos. Os jornais da época fizeram eco destes fatos e contribuíram de forma sensacionalista para lançar no público a ideia de uma maldição. Curiosamente, Howard Carter, descobridor do túmulo, viveu ainda durante mais treze anos.

98 - Taj Mahal

O Taj Mahal (em hindi ताज महल, persa تاج محل) é um mausoléu situado em Agra, uma cidade da Índia e o mais conhecido[1] dos monumentos do país. Encontra-se classificado pela UNESCO como Património da Humanidade. Foi recentemente anunciado como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno em uma celebração em Lisboa no dia 7 de Julho de 2007.


A obra foi feita entre 1630 e 1652 com a força de cerca de 20 mil homens,[2] trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no sumptuoso monumento de mármore branco que o imperador Shah Jahan mandou construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna.

Assim, o Taj Mahal é também conhecido como a maior prova de amor do mundo, contendo inscrições retiradas do Corão. É incrustado com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli entre outras. A sua cúpula é costurada com fios de ouro. O edifício é flanqueado por duas mesquitas e cercado por quatro minaretes.

Supõe-se que o imperador pretendesse fazer para ele próprio uma réplica do Taj Mahal original na outra margem do rio, em mármore preto, mas acabou deposto antes do início das obras por um de seus filhos.

97 - Luz

E faça–se a luz.



Foi com a descoberta do fogo que o homem primitivo descobriu que era capaz de iluminar a escuridão das noites em que vivia até então. Fogueiras e tochas passaram a representar não apenas calor e luz‚ mas também proteção contra o frio‚ os demais animais e os perigos das trevas.


Porém o fogo‚ apenas de eficiente‚ não era capaz de fornecer luz com a intensidade que muitas vezes se precisava. Além disso‚ era sempre necessário encontrar material inflamável para fazê–lo durar por tempo suficiente‚ o que nem sempre era possível. Assim mesmo‚ durante muitos séculos o fogo foi a única fonte de luz que o homem soube reproduzir‚ através de lamparinas e lampiões onde se queimava tecidos‚ gás‚ ou qualquer outra coisa combustível.


Apenas em 1650‚ Otto von Guerick de Magdeburgo descobriu que a luz podia ser reproduzida pela eletricidade. Já o inventor americano Benjamin Franklin‚ em 1752‚ demonstrou‚ usando um papagaio de papel sob uma tempestade com muitos raios‚ que as nuvens acumulam cargas elétricas. Mas foi só em 1879 que o gênio também americano Thomas Alva Edison‚ após mais de 1200 esperiências‚ conseguiu inventar a primeira lâmpada elétrica. Nela‚ um filamento de carvão produziu luz durante dois dias seguidos‚ causando sensação. Muitos‚ inclusive‚ na época tomaram o invento como “magia”.


Daí para cá‚ a lâmpada elétrica evoluiu muito em termos de luminosidade e economia de energia. Lâmpadas com filamentos de ósmio‚ de tugstênio‚ de gases nobres‚ de néon‚ fluorescentes‚ e lâmpadas para fins mais específicos‚ como ultravioleta‚ infravermelha‚ flashs e inúmeras outras.


Do fogo e das lâmpadas pré–históricas‚ de formatos côncavos onde o combustível ardia‚ até as lâmpads mais modernas‚ que produzem luzes das mais variadas formas‚ cores e tipos‚ o homem sempre buscou maneiras de crescer iluminando seu caminho através de novas descobertas e invenções. Não por acaso‚ a lâmpada é o símbolo perfeito da idéia‚ da invenção‚ da descoberta. Afinal‚ inventar é sempre encontrar aquela famosa luz no fim do túnel. E é só tentando mesmo que a gente a encontra.

96 - Panela de pressão

Muitas vezes‚ só se consegue cozinhar sob pressão. A história da panela de pressão começa pelo alto‚ lá nas montanhas. Os alpinistas‚ quando estavam a grandes altitudes e precisavam cozinhar alguma coisa para comer‚ quase nunca conseguiam. Isso porque a altas altitudes a pressão atmosférica é muito menor. E‚ como a pressão é menor‚ a água entra em ebulição a temperaturas muito altas do que ao nível do mar‚ que é de 100ºC. Como atingir altas temperaturas lá nas montanhas é muito difícil em função dos ventos e da própria temperatura ambiente (e mesmo quando se conseguia‚ era preciso deixar a comida horas no fogo para cozinhar)‚ pensou–se numa solução muito simples: transformar a pressão no interior da panela idêntica à pressão ao nível do mar.


Feita a experiência e comprovados os resultados‚ o que se fez a seguir foi aumentar a pressão no interior da panela. Assim‚ seriam necessárias menores temperaturas e menores tempos para o cozimento dos alimentos. Além do que‚ muitos deles ficavam muito mais saborosos e macios‚ como as carnes mais duras‚ por exemplo.

Foi este o princípio utilizado pelo francês Denis Papin em 1679. Seu “digestor”‚ ou marmita de Papin‚ consistia numa panela de ferro fundido com uma tampa que a vedava hermeticamente e uma válvula de seguranç que foi a precursora das panelas de pressão.


Inclusive‚ até 1905‚ ou seja‚ mais de dois séculos depois‚ as panelas de pressão continuavam sendo de ferro fundido. Neste ano‚ a Presto Company‚ dos Estados Unidos‚ introduziu o primeiro modelo de alumínio‚ que foi seguida depois pela panela de aço inoxidável.


Sempre que a sua família estiver pressionando você perto da hora das refeições‚ conte esta história para eles. com o seu conhecimento‚ mais os pratos que você vai preparar‚ eles vão ficar nas nuvens.

95 - História da moda

Os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status.



Na época bizantina dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.


Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

94 - Alegria, alegria



Alegria, alegria
Caetano Veloso

CAMINHANDO CONTRA O VENTO
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO
NO SOL DE QUASE DEZEMBRO
EU VOU

O SOL SE REPARTE EM CRIMES,
ESPAÇONAVES, GUERRILHAS
EM CARDINALES BONITAS
EU VOU

EM CARAS DE PRESIDENTES
EM GRANDES BEIJOS DE AMOR
EM DENTES, PERNAS, BANDEIRAS
BOMBA E BRIGITTE BARDOT
O SOL NAS BANCAS DE REVISTA
ME ENCHE DE ALEGRIA E PREGUIÇA
QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA
EU VOU

POR ENTRE FOTOS E NOMES
OS OLHOS CHEIOS DE CORES
O PEITO CHEIO DE AMORES VÃOS
EU VOU
POR QUE NÃO, POR QUE NÃO

ELA PENSA EM CASAMENTO
E EU NUNCA MAIS FUI À ESCOLA
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO,
EU VOU

EU TOMO UMA COCA-COLA
ELA PENSA EM CASAMENTO
E UMA CANÇÃO ME CONSOLA
EU VOU

POR ENTRE FOTOS E NOMES
SEM LIVROS E SEM FUZIL
SEM FOME SEM TELEFONE
NO CORAÇÃO DO BRASIL

ELA NEM SABE ATÉ PENSEI
EM CANTAR NA TELEVISÃO
O SOL É TÃO BONITO
EU VOU
SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO
NADA NO BOLSO OU NAS MÃOS
EU QUERO SEGUIR VIVENDO, AMOR
EU VOU
POR QUE NÃO, POR QUE NÃO...

93 - É proibido proibir





No maior festival em que a música tropicalista foi promovida, Caetano Veloso foi vaiado enquanto cantava a música É Proibido Proibir. Durante as vaias, Caetano fez um desabafo inflamado e perguntou a todos: "Que juventude é essa?"
Acompanhe:



92 - Música e ditadura "Pra não dizer que não falei das flores"




"Pra não dizer que não falei das flores" (também conhecida como "Caminhando") é uma canção escrita e interpretada por Geraldo Vandré. Ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção
 de 1968 e, depois disso, teve sua execução proibida durante anos, pela ditadura militar brasileira.
Abaixo a letra da canção:


Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

[Refrão] :
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

Pelos campos a fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
ainda fazem da flor seu mais forte refrão
e acreditam nas flores vencendo o canhão

REFRÃO

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam a antiga lição
de morrer pela pátria e viver sem razão

REFRÃO

Nas escolas, nas ruas, campos construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

91 - São Paulo antigamente


90 - Água virtual

Estamos habituados a calcular, no uso doméstico, um consumo médio de 200 litros por habitante/dia. Porém, considerando outros usos, quantos litros de água uma pessoa consome por dia? A resposta está no cálculo da água virtual.


O que é água virtual



É a quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço. Ela está embutida no produto, não apenas no sentido visível, físico, mas também no sentido "virtual", considerando a água necessária aos processos produtivos.  É uma medida indireta dos recursos hídricos consumidos por um bem.

Por exemplo, para produtos primários como cereais e frutas, o cálculo da água virtual é relativamente simples: é a relação entre a quantidade total de água usada no cultivo e a produção obtida (m³/ton). A estimativa da água requerida no cultivo dos vários tipos de plantas é feita em função do tipo de solo, clima, técnica de plantio e irrigação, etc. Existem softwares que podem ser usados para este fim. Uma vez obtida a água virtual do produto primário, um inventário hídrico deve ser feito acompanhando os vários passos para obtenção do produto final.

O termo "água virtual" foi introduzido em 1993 por Tony Allan (1). Ele expôs essa idéia durante quase uma década para obter reconhecimento da importância do tema, que envolve disciplinas de meio ambiente, engenharia de alimentos, engenharia de produção agrícola, comércio internacional e tantas outras áreas que se relacionam com a água.

Atualmente, em discussões técnicas, esse parâmetro está sendo avaliado como um instrumento estratégico na política da água. É o caso do comércio agrícola, que promove uma gigantesca transferência de água de regiões onde ela se encontra de forma abundante e de baixo custo, para outras onde ela é escassa, cara e seu uso compete com outras prioridades.

Vale citar como exemplo a China, que importa cerca de 18 milhões de toneladas de soja por ano, a um custo de 3,5 milhões de dólares. Por esse caminho ingressam naquele país cerca de 45 milhões de m³ de água. Um recurso hídrico que a China não teria disponível para cultivar essa soja.

Outro exemplo que vale a pena citar é o das exportações de carne do Brasil. Em 2003, o país mandou para fora 1,3 milhão de toneladas de carne bovina, com uma receita cambial de 1,5 milhão de dólares. Por esse caminho, acabou exportando também 19,5 km³ de água virtual (19,5 bilhões de m³).

Deve ficar atento ao fato de que estas modalidades de comércio crescerão em futuro próximo, paralelamente ao esgotamento e a contaminação dos recursos hídricos.

Dados recentes da UNESCO (3) dão conta que o comércio global movimenta um volume anual de água virtual da ordem de 1.000 a 1.340 km³, sendo:

a 67 % relacionados com o comércio de produtos agrícolas;
a  23 % relacionados com o comércio produtos animais;
a  10 % relacionados com produtos industriais.

No 3º Fórum Mundial da Água, realizado em 2003 nas cidades de Kyoto, Shiga e Osaka, o Brasil foi citado como o 10º exportador de água virtual (atrás de Estados Unidos, Canadá, Tailândia, Argentina, Índia, Austrália, Vietnam, França e Guatemala). Os maiores importadores são: Sri Lanka, Japão, Holanda, Coréia, China, Indonésia, Espanha, Egito, Alemanha e Itália. É interessante notar na figura os fluxos de água virtual no planeta.

Figura 1- Fluxos de água virtual através do comércio global.

Quantificando a "água virtual" de alimentos:

A tabela 1 apresenta os valores de água virtual para alguns produtos. Os valores medidos até agora têm, no entanto, variações em função do método de cultivo, do método de avaliação, etc. É importante notar a ordem de grandeza dos mesmos - é ela que dá relevância ao tema.

Produto Água virtual
(litros de água por kg de alimento produzido)

Arroz - 1.400 a 3.600
Aveia - 2.374
Aves/Galinha - 2.800 a 4.500
Azeite de Oliva - 11.350
Azeitona - 2.500
Banana - 499
Batata - 105 a 160
Beterraba - 193
Cana-de-açúcar - 318
Carne de Boi - 13.500 a 20.700
Carne de porco - 4.600 a 5.900
Laranja e outros citros - 378
Leite - 560 a 865
Manteiga - 18.000
Milho - 450 a 1.600
Óleo de soja - 5405
Ovos - 2.700 a 4.700
Queijo - 5.280
Soja - 2.300 a 2.750
Tomate - 105
Trigo - 1.150 a 2.000
Uva – 455


E quanto uma pessoa consome de água virtual?


Considerando-se uma dieta básica com carne, podemos considerar que uma pessoa consome cerca de 4.000 litros de água virtual por dia. A dieta vegetariana requer em torno de 1.500 litros. Um simples café da manhã, como o mostrado na figura, chega a representar o consumo de 800 litros de água virtual!