sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

14 - Segundo Reinado - Apogeu



Evolução política: O Parlamentarismo


  • Durante o Primeiro Reinado, não havia partidos políticos organizados. Estes começaram a se organizar no período regencial.
  • Os partidos Liberal e Conservador alternaram-se no poder durante quase todo o Segundo Reinado.
  • Não havia diferenças. profundas entre os programas dos dois partidos, pois ambos representavam os interesses da aristocracia rural escravista.
  • O parlamentarismo evoluiu gradualmente a partir da criação do cargo de presidente do Conselho de Ministros em 1847. O Brasil adotou o modelo político inglês mas com modificações devidas à existência do poder Moderador.

Economia e finanças

A agricultura: o café

  • A principal atividade econômica do Império foi a cafeicultura, que continuou a ocupar essa posição até a República. Além do café, foram explorados também a cana, o cacau, o algodão, a borracha, etc.
  • O café começou a ter importância na economia brasileira durante o século XIX, quando as plantações atingiram o Vale do Paraíba. As exportações de café para o exterior cresceram rapidamente.
  • O progresso da cafeicultura no Vale do Paraíba deveu-se à fertilidade da terra, bem como às condições favoráveis de clima e relevo.
  • O café deu origem a uma sociedade patriarcal, latifundiária e escravista.
  • Os barões do café dominaram a política do Segundo Reinado e dos primeiros 30 anos da República.
  • Os imigrantes estrangeiros substituíram os escravos nos trabalhos da lavoura cafeeira, nas regiões novas da Província de São Paulo. No Vale do Paraíba, os prejuízos foram maiores por não ter sido feita a substituição dos escravos por trabalhadores livres.
  • Fatores da decadência da cafeicultura no Vale do Paraíba: esgotamento das terras, preços baixos do produto no exterior, abolição, baixo rendimento e maior custo do trabalho escravo.
  • O café influiu na vida política, econômica e social do Império; o progresso nos transportes e comunicações naquele período também se deveu à cafeicultura.

Indústria e finanças~ Mauá

  • O sistema colonial não permitia qualquer desenvolvimento industrial; mesmo com as medidas liberalizantes tomadas por Dom João, os produtos brasileiros não poderiam concorrer com os ingleses, de boa qualidade e preços baixos.
  • Fatores que dificultavam o progresso industrial no Brasil: falta de energia, precariedade de transportes e comunicações, concorrência inglesa, falta de mercados, ausência de tradição industrial, .insuficiência de capitais e não existência de siderurgia.
  • Fatores favoráveis à industrialização: numerosa mão-de-obra disponível antes da abolição, existência de grandes fontes de matérias-primas.
  • O Com a abolição do tráfico, os capitais nele empregados foram aplicados no setor industrial.
  • De 1850 a 1860, houve inflação e crises financeiras, que se estenderam até 1864. Para enfrentar a Guerra do Paraguai, o governo teve de apelar para empréstimos no exterior e emissões de moeda. Depois da guerra, a situação melhorou.
  • Mauá foi o pioneiro da nossa indústria; desempenhou importante papel também no desenvolvimento dos transportes e das comunicações.

3 . Transportes e comunicações


  • No período colonial, os transportes entre os núcleos urbanos apresentavam muitas dificuldades: a barreira da Serra do Mar, a extensão da costa, a vastidão do interior, inexistência de rios caudalosos correndo do interior para o litoral, existência de poucos núcleos de importância no interior.
  • Ferrovias: surgiram durante o Segundo Reinado, financiadas com capitais ingleses.
  • A primeira ferrovia, do litoral à raiz da Serra de Petrópolis, foi seguida de outras: na Bahia, Pernambuco, São Paulo e Paraná.
  • Rodovias: a União e Indústria, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora, foi a primeira rodovia pavimentada. Outra importante foi a Estrada da Graciosa, em Santa Catarina.
  • Navegação fluvial: foi importante o papel de Mauá no setor, com a criação da Companhia Navegação e Comércio do Amazonas. Navios a vapor ligavam portos litorâneos e as bacias Amazônica, Platina e do São Francisco.
  • Transportes urbanos: Mauá introduziu os primeiros bondes movidos a tração animal no Rio de Janeiro, pertencentes à Companhia Fluminense de Transportes.
  • Correios e telégrafos: os correios, existentes desde os tempos de Dom João, tiveram seus serviços ampliados no Segundo Reinado. Foi lançado, por iniciativa de Mauá, o primeiro cabo telegráfico submarino entre o Brasil e a Europa.

4. A escravidão: da cessação do tráfico à abolição gradual


  • O trabalho escravo sustentou a economia colonial.
  • Embora existissem idéias abolicionistas desde o período colonial, só no fim do período imperial surgiram condições econômicas, sociais e políticas favoráveis a abolição.
  • extinção do tráfico teve na Inglaterra a maior defensora.
  • No governo de Feijó, foi promulgada uma lei tornando ilegal o tráfico. Mas essa lei não foi acatada.
  • Pelo Bill Aberdeen, de 1845, a Inglaterra atribuía-se o direito de mandar aprisionar navios negreiros mesmo nas águas territoriais do Brasil e julgar os traficantes em tribunais ingleses.
  • Sob a pressão inglesa, em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiu o tráfico definitivamente, cortando as fontes africanas de suprimentos de escravos.
  • Depois da extinção do tráfico, várias leis abolicionistas foram promulgadas:

Lei Rio Branco, ou Lei do Ventre Livre: os filhos de escravas nascidos de 1871 em diante foram declarados livres.

Lei Saraiva-Cotegipe, ou Lei dos Sexagenários: declarava livres os escravos que completassem sessenta e cinco anos (1885).

Lei Áurea, de 13 de maio de 1888: extinguiu a escravidão no Brasil.

Imigração, colonização e trabalho assalariado

  • Com o fim do tráfico negreiro, surgiram crises no setor de mão-de-obra nas áreas tradicionais, como o Vale do Paraíba; porém, alguns fazendeiros, mesmo antes da abolição da escravatura, já estavam se utilizando de trabalhadores imigrantes livres em suas propriedades, particularmente na zona oeste da Província de São Paulo.
  • Os primeiros imigrantes encontraram muitas dificuldades no Brasil. O sistema de parceria não deu bons resultados.
  • A vinda de colonos italianos resolveu grande parte dos problemas de mão-de-obra nas fazendas de café.
  • Os imigrantes deram importantes contribuições para a cultura brasileira.

5 . A cultura no Império

Religião

  • A religião católica era a religião oficial do Império, de acordo com a Constituição de 1 824. As outras religiões eram toleradas, com certas restrições.
  • Houve atritos entre a Igreja e o Trono, sendo o principal deles a Questão Religiosa de 1872.

Ensino

Faculdade de Direito de Olinda

  • No Brasil-Colônia, a Companhia de Jesus foi praticamente a única instituição dedicada ao ensino no Brasil.
  • A expulsão dos jesuítas trouxe prejuízos para o desenvolvimento do ensino.
  • O Seminário de Olinda, fundado em 1800, adotou em seu currículo disciplinas como História, Matemática, Desenho, Física, etc.
  • Com a vinda de Dom João, foram criadas Novas escolas como a de Medicina e cirurgia, academias militares, e outras.
  • No Primeiro Reinado, foram fundados os primeiros cursos superiores no Brasil: as Faculdades de Direito de Olinda, em Pernambuco, e de São Paulo (1827).
  • No Segundo Reinado, foram fundadas escolas de diferentes graus e conteúdo de ensino em todo o Brasil: Escolas Normais, de Agricultura, de Minas.
  • O Colégio Pedro lI, que fora fundado durante a regência, era o colégio- padrão do Brasil.
  • A multiplicação das escolas não resolveu o problema do analfabetismo, que era assustador durante o Império.

Ciências

  • Durante o Império, destacaram-se matemáticos (como Cristiano Benedito Otoni), naturalistas (como Ladislau Neto), etnógrafos (como Couto de Magalhães), médicos (como José Maria do Amaral), historiadores (como João Capistrano de Abreu).

Letras

  • Apenas no século XIX, surgiu uma literatura brasileira, cujo início coincidiu com o aparecimento do Romantismo.
  • Tiveram destaque poetas como Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varei a, Castro Alves, prosadores como Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida e Alfredo D'Escragnol1e Taunay.
  • Foram escritores naturalistas Aluísio Azevedo e Raul Pompéia.
  • Machado de Assis é considerado o maior prosador brasileiro.
  • Poetas parnasianos foram Alberto de Oliveira, Olavo Bilac, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.
  • João da Cruz e Sousa introduziu o Simbolismo no Brasil.
Castro Alves
Artes

  • Destacaram-se, durante o Império, escultores (como Rodolfo Bernardelli), pintores (como Pedro Américo, Vitor Meireles e Almeida Júnior).
  • Na música, o maior destaque coube a Carlos Gomes. Francisco Manuel da Silva foi o compositor da música do Hino Nacional Brasileiro.
Pintura de Pedro Amério

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