O costume de banhos é a prova de que não são exatamente os tempos que determinam as tradições, mas o caráter de cada povo. Já no século 19 – enquanto os europeus fugiam da água como se ela fosse praga –, os banhos públicos eram um dos programas favoritos dos japoneses. Na Europa medieval, as casas tinham tinas com água e eram usadas para a limpeza de algumas partes do corpo. A idéia de banhar-se com freqüência era tão absurda que, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500, ficou espantado ao ver que os índios entravam na água mais de dez vezes por dia. Até o século 19, acreditava-se na Europa que banhos facilitariam a entrada de germes, já a água quente dilatava os poros. Só no fim do século 18 é que os médicos começaram a recomendar que as pessoas se lavassem com maior freqüência. Mesmo assim, as recomendações restringiam-se a algumas partes do corpo, como as mãos e o rosto. As banheiras com escoamento de água chegaram às Américas por meio de Benjamin Franklin em 1790. Mas os banhos demoraram a tornar-se uma rotina. Quando a rainha Victoria chegou ao Palácio de Buckingham, em 1837, não havia banheira no lugar e até 1870 pouquíssimas casas dispunham do aparato.
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