Reflexões
sobre Liberdade e Libertarismo
Filosofia -
textos das aulas anteriores – 3ª série – 3º bimestre - Ensino Médio
Libertarismo
A posição do
libertarismo entende a liberdade como a possibilidade do indivíduo de decidir e
agir conforme sua própria vontade. Ser livre é, pois, o mesmo que agir
voluntariamente, sendo esta vontade determinada pelo próprio agente exclusivamente.
Ou seja, diante de uma situação qualquer, posso agir de uma maneira ou de
outra,dependendo apenas de minha decisão. Isto também e conhecido como autodeterminação,
pois o próprio sujeito que age é causa de sua ação.
Um dos
primeiros a formular essa noção de liberdade foi Aristóteles, 384-322 a.C., no
Livro III da obra Ética a Nicômaco. Ele distinguevoluntário do involuntário.
“Parecem ser involuntárias as ações praticadas por força ou por
ignorância. É forçado o ato cujo princípio é exterior ao agente, princípio
para o qual o agente ou paciente em nada contribui; por exemplo, se o vento ou
homens, que dominam a situação, levarem-no a algum lugar”. Por conseguinte, “ovoluntário
parece ser aquilo cujo princípio reside no agente que conhece as
circunstâncias particulares nas quais ocorre a ação”. Para Aristóteles, há
também certas situações que parecem misturar o caráter voluntário e
involuntário, ou seja, quando uma escolha se dá em função das
circunstâncias do momento. São ações voluntárias, mas absolutamente são
involuntárias, pois ninguém escolheria tais atos por si mesmos.
Por outro lado o involuntário é também aquilo que se faz por ignorância. E
existe uma diferença entre agir por ignorância e agir na ignorância. No primeiro,
age-se por causa da ignorância, isto é, a ignorância é a causa da ação. Se
soubesse o que fazia a pessoa não agiria de tal maneira. No segundo caso, a
ignorância não é propriamente a causa da ação, mas, ao contrário, consequência
de uma outra causa (a embriaguez, a fúria, etc.), que leva a pessoa a ignorar
momentaneamente o que faz. Segundo Aristóteles "a escolha deliberada é
acompanhada de pensamento e reflexão". Por isso, ela é própria dos seres
humanos. Escolher envolve deliberação, decisão. Deliberar, por sua vez, requer
investigação e análise. Mas nem tudo é passível de deliberação. Sobre certas
coisas não temos nenhum poder de decidir. Só podemos escolher e deliberar
"sobre as coisas que estão em nosso poder, que podem ser feitas". "São
possíveis aquelas coisas que ocorrem por nós mesmos". Assim, diz
Aristóteles, "cada um de nós homens delibera sobre aquilo que pode ser
feito por si próprio".
Fonte: Filosofia – Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
DETERMINISMO
Recebe esta
denominação a doutrina segundo a qual a totalidade dos fenômenos constitutivos
da realidade se encontra submetida a determinadas leis, estas sendo
compreendidas como possuindo caráter natural. Tais leis, ainda, são
consideradas como sendo regidas por uma relação de causalidade. Deste modo, a
realidade se estrutura a partir de leis que regem e estão presentes em todos os
acontecimentos.
O
determinismo foi utilizado, como sistema explicativo do universo, a partir da
Idade Moderna, em especial para a determinação das leis que governam os
fenômenos naturais. Esta doutrina se baseia na concepção mecanicista do mundo
físico, que aborda todo movimento como submetido a leis de tipo mecânico, isto
é, que se repetem com absoluta regularidade, dada a igualdade das situações
observadas.
O mecanicismo
procura formular os princípios ou leis gerais que regulam as propriedades
existentes nos corpos naturais. Algumas características do determinismo:
universalismo, uma vez que sua adoção deve, necessariamente, referir-se a todos
os fenômenos do universo; sua impossibilidade de prova, característica que
decorre, como consequência, de seu universalismo; negação do tempo, enquanto
força promovedora de uma sucessão irreversível de acontecimentos. O
determinismo foi encarado de maneira diferente por vários pensadores da Era
Moderna. Para alguns, ele constitui um sistema estritamente científico; para
outros, ele consiste em um modo metafísico de explicação da realidade. É
possível operar uma distinção, entre uma posição determinista parcial ou
radical.
O primeiro
afirma o determinismo como aplicável somente a uma parcela da realidade. O
segundo afirmam que a realidade como um todo está sujeita a leis determinadas,
não somente o mundo natural mas, ainda, as ações, pensamentos e desejos
humanos. Esta radicalização foi criticada por diversos autores, especialmente,
em nosso século, pelos filósofos existencialistas.
Estes
pensadores afirmam que, levado às suas últimas consequências, o determinismo,
ao ser aplicado a todas as esferas da vida humana, leva à negação da
possibilidade da liberdade.
Por outro lado o involuntário é também aquilo que se faz por ignorância. E existe uma diferença entre agir por ignorância e agir na ignorância. No primeiro, age-se por causa da ignorância, isto é, a ignorância é a causa da ação. Se soubesse o que fazia a pessoa não agiria de tal maneira. No segundo caso, a ignorância não é propriamente a causa da ação, mas, ao contrário, consequência de uma outra causa (a embriaguez, a fúria, etc.), que leva a pessoa a ignorar momentaneamente o que faz. Segundo Aristóteles "a escolha deliberada é acompanhada de pensamento e reflexão". Por isso, ela é própria dos seres humanos. Escolher envolve deliberação, decisão. Deliberar, por sua vez, requer investigação e análise. Mas nem tudo é passível de deliberação. Sobre certas coisas não temos nenhum poder de decidir. Só podemos escolher e deliberar "sobre as coisas que estão em nosso poder, que podem ser feitas". "São possíveis aquelas coisas que ocorrem por nós mesmos". Assim, diz Aristóteles, "cada um de nós homens delibera sobre aquilo que pode ser feito por si próprio".
Fonte: Filosofia – Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
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