quarta-feira, 25 de agosto de 2010

233 - Tenochtitlán, a capital asteca


A maior cidade do mundo do século 16 não era Veneza nem Paris, mas Tenochtitlán, no atual México. A capital do império asteca, fundada em 1325, era habitada por 300 mil habitantes em 1519, quando os espanhóis chegaram. Grande parte do que se sabe sobre ela – desde a majestosa arquitetura até o avançado sistema de agricultura – veio das cartas dos conquistadores espanhóis, liderados por Hernán Cortez. Bernál Diaz de Castillo, um dos soldados de Cortez, conta que as localidades próximas se ligavam a ela por estradas retilíneas, e tudo era abastecido por um sistema de água potável que vinha de aquedutos nas montanhas. Tudo isso, além dos templos aos 18 deuses astecas, havia sido reconstruído por volta de 1500, quando Tenochtitlán foi devastada por uma inundação. Ou seja: quando chegaram os espanhóis, encontraram uma cidade novinha em folha.



Cidade eterna



Depois dos espanhóis,a capital asteca virou ruínas em três anos


Era Sexta-Feira Santa de 1519 quando o espanhol Hernán Cortez chegou com mais 600 homens na costa do México. Montezuma II os recebeu e os hospedou em seu palácio. Um ano depois, o rei foi morto por aqueles que acolheu. O conhecimento asteca não foi páreo para o aço, a pólvora e a ganância dos espanhóis que, em menos de três anos, transformaram Tenochtitlán em ruínas, construindo sobre ela a atual Cidade do México. Mas muitos dos descendentes dos astecas, os nahua, vivem hoje em casas como as dos ancestrais. A cozinha tradicional foi preservada, assim como o artesanato e a língua nahuatl – falada por mais de 1 milhão de pessoas.


1. Mãe terra
Os astecas mantêm hortas em casa – os nobres cultivam flores e cacau – e, em larga escala, plantam em terras coletivas, nos vales ou em canteiros nas montanhas, onde matéria orgânica do fundo do Lago Tezcoco é usada como adubo


2. Esporte é sagrado
Tudo o que os astecas fazem tem um fundo religioso, incluindo os esportes. O jogo mais popular é o tlachtli, no qual os atletas têm de fazer uma bola de borracha passar por um aro num dos lados do campo. Quem perde pode ir para o sacrifício, literalmente


3. Professores
Os sacerdotes lecionam nos calmecac, as escolas astecas de história, religião, artes de guerra, matemática, medicina, astrologia e direito. São ainda os escribas e astrônomos. Mas sua prinscipal atividade é, claro, religiosa: eles fiscalizam se as cerimônias são feitas como os deuses mandam, interpretam os sinais da natureza e comandam os rituais de sacrifício


4. Pais e filhos
Os homens passam o dia fora e as mulheres cuidam das casas, costuram e educam os filhos. Varrer é uma obrigação religiosa, pois ajuda os deuses a purificar o mundo. As meninas aprendem isso aos 13 anos. Já os meninos ajudam o pai a pescar. Quem não se comporta é castigado: crianças desobedientes podem ser flechadas e até atiradas ao fogo


5. Classes sociais
Chamados de tlacotin, o trabalho escravo é um forma de pagar impostos. Ser escravo é também a punição para criminosos. Acima dos escravos vêm os camponeses, ou macehualltin, as famílias pobres que produzem comida para os nobres (os pipiltin) e constroem templos e estradas. Os comerciantes (pochteca) formam uma camada à parte: têm seu próprio deus


6. Dinheiro e chocolate
Os astecas adoram fazer compras. Todos os dias, cerca de 60 mil pessoas vão ao mercado de Tlatelolco. Nele, legumes, carnes, ouro e escravos estão à venda. O dinheiro usado é o grão de cacau, tão valioso que circulam “moedas” falsas, feitas de farinha. Apenas os nobres bebem uma infusão de grão de cacau com mel, chamada chocolate


7. Montezuma é deus
O líder asteca é Montezuma II, o tlatoani, uma espécie de deus na Terra. Ele passa a maior parte do tempo na piscina do castelo. Quando é visitado por nobres, exige que tirem suas roupas finas e seus sapatos e usem mantas baratas. Além disso, proíbe que o olhem nos olhos e que lhe dêem as costas. Para sair de sua presença, só andando de marcha à ré


8. Objetos de desejo
Ouro e prata não são usados como moeda, mas como objetos de devoção – estão em todas as imagens de deuses da cidade. Também compõem as jóias usadas pelos nobres nos lábios, no nariz e nas orelhas. Esses enfeites têm pedras preciosas e penas – estas têm tanta importância nas roupas que a indústria de penas é uma das maiores da cidade


9. Carga pesada
Não existem animais de carga, por isso, de grãos a pessoas, tudo é carregado nos ombros. Nobres e comerciantes ricos andam de liteira e os pacotes comuns são atados à cabeça. Para viagens, no entanto, são precisos passes especiais. Os únicos autorizados a cruzar as fronteiras são os comerciantes – que portam armas e, às vezes, acabam em guerra com outros países

Fonte: Aventuras na História

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