domingo, 21 de março de 2010

121 - Arthur de Gobineau


Joseph Arthur de Gobineau (Ville-d'Avray, 14 de julho de 1816 — Turim, 13 de outubro de 1882) foi um diplomata, escritor e filósofo francês. Um dos mais importantes teóricos do racismo no século XIX.

Nasceu de família comum, com poucas posses. Mais tarde, criaria para si uma falsa genealogia que o colocaria como membro de uma família aristocrática, passando a se fazer conhecer pelo título nobiliárquico adotado de "Conde de Gobineau".

Vivendo em Paris, a partir de 1835, tornou-se funcionário público como secretário do escritor Alexis de Tocqueville, nomeado ministro, em 1849. Como diplomata, Gobineau serviu em Berna, Hanover, Frankfurt, Teerã, Rio de Janeiro e Estocolmo.

Tinha pretensões artísticas, tendo tentado ser escultor e romancista. Mas se celebrizou como ensaista ao escrever seu "Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas" (1855), seu livro mais célebre, um dos primeiros trabalhos sobre eugenia e racismo publicados no século XIX.

Segundo ele, a mistura de raças (miscigenação) era inevitável e levaria a raça humana a graus sempre maiores de degenerescência física e intelectual. É-lhe atribuída a frase "Não creio que viemos dos macacos mas creio que vamos nessa direção."

Sua segunda missão diplomática foi no Brasil. Aqui chegou em 1869, enviado por Napoleão III. Nunca escondeu sua animosidade para com o país, que deixou um ano depois (1870). Travou amizade com o imperador Pedro II que, mesmo sem compartilhar muitas de suas idéias, manteve uma amizade epistolar durante muitos anos, mesmo depois de sua partida do Brasil.

Não conseguiu ver com bons olhos nenhum aspecto da sociedade brasileira, a não ser seus encontros com D. Pedro II. Para ele o Brasil não tinha futuro, país marcado pela presença de raças que julgava inferiores. A mistura racial daria origem a mestiços e pardos degenerados e estéreis. Esta característica já teria selado a sorte do país: a degeneração levaria ao desaparecimento da população. (Brasiliana, abaixo citada, página 74). A única saída para os brasileiros, seria o incentivo à imigração de "raças" européias, consideradas superiores.

"Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças européias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária."
—Joseph Arthur de Gobineau


Além de Gobineau, Louis Agassiz foi o viajante que melhor representou o ponto de vista do racismo científico entre nós.

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