sábado, 13 de fevereiro de 2010

42 - Reforma Protestante

Martinho Lutero
Martinho Lutero (1483-1546) nasce em Eisleben, Alemanha, numa família camponesa. Em 1501 ingressa na Universidade de Erfurt, onde estuda artes, lógica, retórica, física e filosofia e especializa-se em matemática, metafísica e ética. Entra para o mosteiro dos eremitas agostinianos de Erfurt em 1505, torna-se sacerdote e teólogo.


A assim chamada reforma é um conjunto de movimentos de caráter religioso, político e econômico que contestam os dogmas católicos, entre 1517 e 1564. Tem início na Alemanha e provoca a separação de uma parte da comunidade católica da Europa, originando o protestantismo.

Ocorre paralelamente ao renascimento cultural humanista, às insurreições da nobreza, às rebeliões camponesas, à expansão do mercantilismo e do sistema colonial e às guerras entre as monarquias européias. Estes movimentos entre os católicos reivindica a reaproximação da Igreja do espírito do cristianismo primitivo.

A resistência da hierarquia da Igreja leva os reformadores a constituírem confissões independentes. Os Papas exerciam poder espiritual e também poder temporal, ou seja como o de qualquer outro governante de um país. O comportamento de parte do clero estava envolvido em interesses econômicos ou políticos, entrava em contradição com a doutrina da Igreja.

Muitos cristãos, opondo-se a essa situação, sentiam a necessidade de uma volta aos ensinamentos de Cristo e de seus apóstolos e pregavam uma reforma dos costumes. Os principais reformadores são Martinho Lutero e João Calvino, no século XVI. A Reforma difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda, Escócia e Escandinávia. No século XVI surge a Igreja Anglicana e, a partir do século XVII, as igrejas Batista, Metodista e Adventista. As igrejas nascidas da Reforma reúnem cerca de 450 milhões de fiéis em todo o mundo.

No início do século XVI, a Igreja sofria de males profundos que necessitavam de remédio urgente. O papado perdera prestígio devido à sua preocupação excessiva pelas artes, pelas letras, pela cultura pagã do Renascimento e pelo seu envolvimento em disputas políticas.

A Igreja reconheceu estes abusos mas não teve coragem para empreender a necessária reforma geral. Surgiu, então, o movimento denominado Reforma Protestante, iniciado na Alemanha Martinho Lutero.

Em 1517, o Papa Leão X mandou alguns padres dominicanos à Alemanha com a finalidade de arrecadarem esmolas para o término da construção da Basílica de São Pedro. O monje agostiniano Martinho Lutero, professor da Universidade de Wittenberg, protestou, afirmando não ver nessa atitude da Igreja nenhum valor espiritual. Para justificar seu protesto contra o que chamou de venda de indulgencias e suas críticas a conduta das autoridades eclesiásticas, Lutero afixou na porta principal da Catedral de Winttenberg 95 teses, que condenavam a venda de indulgencias e outros abusos do clero, pregando a salvação pela fé somente, sem a necessidade de praticar boas obras( dar esmolas por exemplo). Lutero Denuncia as deformações da vida eclesiástica em 1517.

O Papa enviou a Alemanha um cardeal para tentar obter de Lutero uma retratação.
Lutero , no entanto, permaneceu firme em suas críticas e, em 1520, foi acusado de herege condenado é excomungado pelo papa Leão X e banido por Carlos V, imperador da Alemanha, em 1521,o que o levou a queimar em praça pública, diante de milhares de pessoas, a bula papal que o condenara.

No dia seguinte, Carlos V, rei da Espanha e imperador da Alemanha, para evitar aumentassem a controvérsia e a revolta entre os príncipes alemães do seu Império, convocou Lutero para se apresentar e defender suas idéias numa Diéta (assembléia), que se realizaria na cidade de Worms com a participação de todos estes príncipes.

Em Worms, onde deveria justificar suas atitudes, Lutero reafirmou suas posições e para não ser preso refugiou-se no Castelo de Wartburg, sob a proteção de um nobre que tentava libertar seus domínios do poder político da Igreja e do Imperador católico Carlos V.

Escondido no castelo de Wartburg e apoiado por setores da nobreza, traduz para o alemão o Novo Testamento dando base a Doutrina Luterana. Abandona o hábito de monge e casa-se com a ex-freira Catarina von Bora, em 1525.

Durante sua permanência em Wartburg, Lutero traduziu a Bíblia para o Alemão.



Doutrinas dos reformadores – Os pontos centrais da doutrina de Lutero são a justificação de Deus só pela fé e o acesso ao sacerdócio para todos os fiéis. Lutero, nega o valor dos sacramentos(conservando o batismo e a eucaristia, esta com valor essencialmente simbólico), o culto dos santos e o valor da missa . Afasta por completo a autoridade e a hierarquia da Igreja e do Papa, afirmando que “todo fiel é padre”. Nega também que o homem seja livre para praticar o bem e o mal. Calvino acrescenta a doutrina da predestinação dos fiéis. As diferenças doutrinais entre os dois dão origem a duas grandes correntes: os luteranos e os calvinistas. A Reforma abole a hierarquia e institui os pastores como ministros das igrejas. As mulheres têm acesso ao ministério e os pastores podem se casar. A liturgia é simplificada e os sacramentos praticados são o batismo e a ceia.

Apoio a Lutero – Com a simpatia de diferentes setores da nobreza e camponeses o protestantismo de Lutero difunde-se rapidamente na Alemanha, provoca uma série de conflitos com os católicos e com Carlos V. Isto resulta na dissolução das ordens monásticas, na revogação do celibato clerical, na secularização dos bens da igreja pela nobreza e na substituição da autoridade eclesiástica pela autoridade do Estado. Na esteira dos protestos de Lutero surgem seitas e rebeliões que contestam a autoridade de Roma. Grupos místicos surgem em Waldshut, Nuremberg, Suábia, Silésia, Leiden e Münster.

Esta situação de instabilidade deu origem a uma série de revoltas, dentre as quais se destacaram:
· A dos Cavalheiros, promovida por pequenos nobres que, cobiçando territórios e bens pertencentes à Igreja, tentavam apossar-se deles;
· A dos Camponeses, que, baseando-se nos exemplos dados pelos senhores durante vários anos, disseminaram o terror por todo o sul do Império alemão, levando Lutero a optar por uma das classes a apoiar. Para não perder o apoio dos nobres(Cavalheiros), Lutero condenou com muito rigor os Camponeses, chegando-se ao extermínio por parte dos Cavalheiros de mais ou menos cem mil pessoas.

41 - O ENCONTRO DE PORTUGUESES COM OS POVOS INDÍGENAS


Após os primeiros contatos, os portugueses foram incorporando elementos da cultura indígena, da mesma forma que os indígenas foram adotando padrões europeus. O contato entre culturas promove esse intercâmbio e a adoção de novos costumes por ambas as partes, mesmo que essa relação seja caracterizada como de dominação, como nesse caso. Muitos portugueses tinham esposas nativas e seus filhos já não eram lusos, mas mestiços. Aprendiam a língua local, assim como os costumes transmitidos pelos indígenas, aprendendo a se alimentar com os produtos da terra, como a mandioca, o milho, as frutas e peixes nativos. Os indígenas, aprisionados ou catequizados, foram inseridos em formas de trabalho sistemático, seja pelo colonizador, interessado em explorar a sua mão de obra, seja pelos jesuítas, que entendiam o trabalho como forma de lidar com a indolência, considerada natural ao nativo.

No interior, de escasso povoamento, predominavam os costumes indígenas. A primeira área colonizada do interior do continente tinha como centro o sertão de Piratininga, onde surgiu a cidade de São Paulo, marcando a história de toda a colonização das terras interiores do Brasil. Diferentemente da costa ligada ao comércio de cana-de-açúcar , o interior estava ocupado por jesuítas e pelos poucos que se aventuravam a subir a Serra do Mar. Os jesuítas, preocupados em catequizar os nativos, logo aprenderam a língua local e, como bons gramáticos, estudaram o tupi. Acredita-se que estruturas de suas línguas de origem (latim, português) foram se incorporando ao tupi. Como se vê, a língua é um bom exemplo de como a relação entre culturas resulta em fenômenos singulares de representação do sincretismo que o convívio promove. O resultado foi que, por mais de duzentos anos. a principal língua falada nos sertões era o tupi. Os bandeirantes, a maioria de origem paulista, falavam o português e o tupi, sendo responsáveis pela difusão deste último para o que viria a ser Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraná. Por esse motivo, os topônimos predominantes em todo o Brasil são tupis.

Embora muitos bandeirantes fossem mestiços e falantes do tupi, eram caçadores de indígenas. As mulheres podiam servir como esposas, ou, como os homens, eram vendidas como escravas para as fazendas cana vi eiras. Calcula-se que mais de 350 mil indígenas tenham sido escravizados e vendidos para as fazendas nordestinas nos primeiros 150 anos da plantação de cana (1550-1700). Isso significa que esses indígenas foram vitais para a produção agrícola portuguesa. Eles eram chamados de negros da terra, para diferenciá-los dos negros da Guiné, como eram chamados os africanos.

Os jesuítas fizeram dos povos indígenas o foco de sua atuação no continente americano. Criaram as missões, locus da catequese e do aprendizado da cultura europeia, como também buscaram resguardar os guaranis dos ataques bandeirantes e das autoridades lusas e espanholas. Essas missões eram comunidades geridas sem interferência direta das coroas e estavam sob controle eclesiástico. Contudo, ali os indígenas podiam, por exemplo, preservar seu idioma, como parte de seus costumes, mesclados com a catequese cristã. O aprendizado do catolicismo e a adoção de novos costumes, mesmo que misturados aos de origem, levou gradativamente à modificação da cultura indígena. As missões foram um dos alvos preferidos dos bandeirantes na busca do aprisionamento dos indígenas, já que eles se encontravam agrupados e aculturados.

A expulsão dos jesuítas, em meados do século XVIII, e o Tratado de Madri, entre as coroas de Portugal e Espanha, selaram o destino das missões, que foram destruídas e seus povos dispersos. Vestígios desses povos missioneiros sobreviveram no Paraguai, na Argentina e no Brasil atuais.

A mineração do século XVIII viria a pôr termo, com o passar do tempo, ao uso do tupi no interior do Brasil. Os costumes indígenas, a toponimia e as tradições caboclas, contudo, nunca deixaram de predominar. O Brasil não pode se reconhecer sem incorporar essa influência determinante em sua formação.

40 - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão



Votada definitivamente em 2 de outubro de 1789

Os representantes do Povo Francês constituídos em Assembléia Nacional, considerando, que a ignorância o olvido e o menosprezo aos Direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolvem expor uma declaração solene os direitos naturais, inalienáveis, imprescritíveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente a todos os membros do corpo social, permaneça constantemente atenta a seus direitos e deveres, a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo possam ser a cada momento comparados com o objetivo de toda instituição política e no intuito de serem pôr ela respeitados; para que as reclamações dos cidadãos fundamentais daqui pôr diante em princípios simples e incontestáveis, venham a manter sempre a Constituição e o bem-estar de todos.
Em conseqüência, a Assembléia Nacional reconhece e declara em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos do Homem e do Cidadão:


I - Os nascem e ficam iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser fundamentadas na utilidade comum.


II - O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis ao homem.


III - O princípio de toda a Soberania reside essencialmente na Nação; nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que não emane diretamente dela.


IV - A liberdade consiste em poder fazer tudo quanto não incomode o próximo; assim o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem limites senão nos que asseguram o gozo destes direitos. Estes limites não podem ser determinados senão pela lei.


V - A lei só tem direito de proibir as ações prejudiciais à sociedade. Tudo quanto não é proibido pela lei não pode ser impedido e ninguém pode ser obrigado a fazer o que ela não ordena.


VI - A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos tem o direito de concorrer pessoalmente ou pôr seus representantes à sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, quer ela proteja , quer ela castigue. Todos os cidadãos, sendo iguais aos seus olhos, sendo igualmente admissíveis a todas as dignidades, colocações e empregos públicos, segundo suas virtudes e seus talentos.


VII - Nenhum homem poder ser acusado, sentenciado, nem preso se não for nos casos determinados pela lei e segundo as formas que ela tem prescrito. O que solicitam, expedem, executam ou fazem executar ordens arbitrárias, devem ser castigados; mas todo cidadão chamado ou preso em virtude da lei devem obedecer no mesmo instante; torna-se culpado pela resistência.


VIII - A lei não deve estabelecer senão penas estritamente e evidentemente necessárias e ninguém pode ser castigado senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada.


IX - Todo homem sendo julgado inocente até quando for declarado culpado, se é julgado indispensável detê-lo, qualquer rigor que não seja necessário para assegurar-se da sua pessoa deve ser severamente proibido pôr lei.


X - Ninguém pode ser incomodado pôr causa das suas opiniões, mesmo religiosas, contanto que não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.


XI - A livre comunicação de pensamentos e opinião é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão pode pois falar, escrever, imprimir livremente, salvo quando tiver que responder do abuso dessa liberdade nos casos previstos pela lei.


XII - A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita da força pública; esta força é instituída pela vantagem de todos e não para a utilidade particular daqueles aos quais foi confiada.


XIII - Para o sustento da força pública e para as despesas da administração, uma contribuição comum é indispensável. Ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos em razão das suas faculdades.


XIV - Cada cidadão tem o direito de constatar pôr ele mesmo ou pôr seus representantes a necessidade de contribuição pública, de consenti-la livremente, de acompanhar o seu emprego, de determinar a cota, a estabilidade, a cobrança e o tempo.


XV - A sociedade tem o direito de exigir contas a qualquer agente público de sua administração.


XVI - Qualquer sociedade na qual a garantia dos direitos não está em segurança, nem a separação dos poderes determinada, não tem constituição.


XVII - Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode ser dela privado, a não ser quando a necessidade pública, legalmente reconhecida, o exige evidentemente e sob a condição de uma justa e anterior indenização.

39 - Calendário

38 - Amigos

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

37 - Provas do ENEM

ENEM

PROVA 2006

GABARITO 2006

PROVA 2005

GABARITO 2005

PROVA 2004

GABARITO 2004

PROVA 2003

GABARITO 2003

PROVA 2002

GABARITO 2002

PROVA 2001

GABARITO 2001

PROVA 2000

GABARITO 2000

PROVA 1999

GABARITO 1999

PROVA 1998

GABARITO 1998

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

36 - Atividade 1 - Iluminismo (7a série)

As luzes da razão

No texto a seguir, o escritor Jostein Gaarder apresenta a justificativa para o nome do movimento “iluminista”.

“[...] A maioria dos filósofos do iluminismo tinha uma crença inabalável na razão humana. Isto era algo tão evidente que muitos chamam o período do iluminismo francês simplesmente de ‘racionalismo’. A nova ciência natural deixara claro que tudo na natureza era racional. Assim, os filósofos iluministas consideravam sua tarefa criar um alicerce para a moral, a ética e a religião que estivesse em sintonia com a razão imutável do homem. [...] Dizia-se, então, que era chegado o momento de ‘iluminar’ as amplas camadas da população, ou seja, de esclarece-las. [...] Entre o povo, porém, imperavam a incerteza e a superstição. Por isso, dedicou-se especial atenção à educação.[...] Os filósofos iluministas diziam que somente quando a razão e o conhecimento se tivessem difundido entre todos é que a humanidade faria grandes progressos. Era apenas uma questão de tempo para que desaparecessem a irracionalidade e a ignorância e surgisse uma humanidade iluminada, esclarecida.[...]
Os filósofos iluministas franceses não se contentaram apenas com as concepções teóricas sobre o lugar do homem na sociedade. Eles lutaram ativamente por aquilo que chamaram de ‘direitos naturais’ dos cidadãos. Tratava-se sobretudo de uma luta contra a censura, ou seja, pela liberdade de imprensa. No que respeita à religião, à moral e à política, o indivíduo precisava ter assegurado o seu direito à liberdade de pensamento e de expressão de seus pontos de vista. Além disso, lutou-se contra a escravidão e por um tratamento mais humano dos infratores das leis.”

GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.338 e 340.

Responda:

  1. Que palavra pode ser considerada sinônimo de luz, ou de iluminação, de acordo com o pensamento iluminista?
  2. O movimento iluminista era otimista ou pessimista com relação ao futuro da humanidade? Copie do texto um trecho que justifique a sua resposta.
  3. Cite algumas práticas decorrentes das teorias iluministas.
  4. Quais os principais direitos naturais do homem, segundo a visão iluminista.